sábado, 12 de abril de 2008

Tim canta Tim

Entenda a ocupação da reitoria da Unb através das músicas do Tim Maia e de uma palhinha do Ed Motta
por Igor Miguel

11/11/2005
Assume a reitoria o Professor Timothy Mulholland. Durante seu mandato Tim exerce uma agressiva política de concentração de poder, passando para a reitoria o controle da arrecadação, dos gastos e da fiscalização do dinheiro da Unb. Cria-se um ambiente livre para as mordomias que proliferam como mosquitos da dengue. Verbas destinadas a pesquisa e a infra-estrutura da faculdade são utilizadas para decoração do apartamento da reitoria e para jantares magníficos. É a época da lixeira de mil reais, do saca-rolha de novecentos, das tvs de plasma, do caviar, enfim a época que Tim canta:
“Vale, vale tudo. Vale, vale tudo. Vale o que vier, vale o que quiser...”

03/04/2008
Alunos ocupam o prédio da reitoria da Unb exigindo a saída do reitor, do vice e dos decanos, ampliação da democracia na universidade, transparência das contas públicas, melhorias nos Campus da Unb e na Casa do Estudante. Tim, aproveitando-se de sua simpática expressão de buldogue cansado, diz que esse osso foi dado pra ele democraticamente e que ele não larga de jeito nenhum e ignorando as denúncias sobre os gastos absurdos e a impossibilidade de haver uma democracia sem a igualdade entre os votos, passa um oleosinho de Peroba no rosto e canta:
“E na vida a gente tem que entender que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri. Thuru thururu ru aaaa ”

10/04/2008
Após uma semana, a ocupação dos estudantes recebe o apoio de inúmeras camadas da sociedade e uma multa de 5000 paus à hora. Após o pedido de senadores, do ministro da educação, do presidente da República e principalmente da pressão dos estudantes Tim largou mão de ser teimoso iniciou um retiro espiritual de 60 dias na seita-spa da Cultura Racional e cantou:
“Me dê motivo pra ir embora. Estou vendo a hora de te perder. Me dê motivo, vai ser agora. Estou indo embora, o que fazer.”

12/04/2008
O reitor interino, discípulo de Tim, Ed Mamiya após uma tentativa frustrada de comandar sozinho um show no CONSUNI, onde tentou sem sucesso emplacar seus velhos hits Fora da Lei e Doce Ilusão , vendo-se só e com saudades do seu mestre entrega carta de exoneração e canta de Ed para Tim:
“Minha vida sem você, é uma canção de amor tão clichê. O meu "bem-me-quer" não quis. Fez de mim um folião infeliz. Sou um triste pierrot mal-amado, mestre sala desacompanhado, um bufão no salão a cantar...”

Lembrando que afastamento sem renúncia é férias, e que não basta a saída do Tim e a do Ed, mas também a de toda a banda podre e o atendimento da pauta de reivindicações dos estudantes. Hasta la Victoria Régia!

Um comentário:

ocupacaounb disse...

faltou o link pro blog da ocupação e pra rádio...
http://wwww.ocupacaounb.blogspot.com
http://bill.dissonante.org:443/ocupareitoria.m3u